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All reviews - Movies (11) - Books (13) - Music (6)

Perdida em 78 rotações

Posted : 15 years, 3 months ago on 30 July 2009 02:57 (A review of Thais Gulin)

Uma cantora que consegue tirar Chico Buarque de casa para assistir seu show, sem dúvidas, chama atenção. Com a curiosidade falando mais alto, fui atrás de seu cd, que leva o nome da moça – Thaís Gulin. A curitibana não deixa a desejar. Tem uma voz boa de se ouvir, acompanhada por uma melodia que te deixa com vontade de escutar cada faixa repetidas vezes. O cd foi lançado em 2007, e desde lá, Thaís já foi indicada a cantora revelação no Prêmio Rival BR de Música Brasileira, além de ter participado de homenagens a Edu Lobo (no Programa Som Brasil, da Globo) e Cássia Eller (na TV Cultura).

Com a vantagem de ter uma boa voz, também se aventura sem medo: canta músicas de Chico Buarque em seus shows, e gravou ”Hino de Duran”, parte da famosa peça “Ópera do Malandro”. A primeira faixa, “Garoto de Aluguel – Taxi Boy”, composição de Zé Ramalho, mostra uma Thaís de voz forte, que dá sentimento à letra que canta. “Lua Cheia” (composição de Toquinho e Chico Buarque), terceira faixa, é uma das canções que fazem parte de seu repertório há tempos e foi para o cd. Tom Zé também tem uma de suas composições, feita com Moacyr Albuquerque, gravada pela cantora – a quarta faixa, “Defeito 10: Cedotardar”, que tem um jogo de palavras bacana, como uma rima típica de poemas. Outra faixa escolhida para o repertório do primeiro cd foi “Cisco”, de Zeca Baleiro (que fez participação especial no último show da cantora) e Carlos Careqa. O cantor Otto também “emprestou” uma das composições feitas com Alessandra Negrini – História de Fogo. A faixa mais animada, e de fato uma das melhores, é a que fecha o disco com chave de ouro: 78 rotações.

Com a ajuda de Fernando Moura, Thaís Gulin se encontrou como cantora e teve apoio para criar composições próprias, que claro, fazem parte do cd. São elas: A Vida da Outra (dela) ou Eu – a primeira letra escrita por ela, em parceria com Rogério Guimarães; e Cinema Incompleto (Núpcias), acompanhada pela melodia de Arrigo Barnabé.

A parte instrumental acompanha a moça com uma qualidade inquestionável, ficando por conta de Fernado Moura (teclados/piano acústico), Bernardo Bosísio (violão de aço/violão de nylon/guitarra), Ronaldo Diamante (baixo acústico), Xande Figueiredo (bateria), e os convidados especiais Marcio Mallard (violoncello), Roberto Marques (trombone), Quarteto Bessler (violino, viola e violoncello), Chico Chagas (acordeon) e Jaime Vignolli (cavaquinho).

No último show, da turnê “Musiqueria”, algumas canções do próximo trabalho foram apresentadas. Thaís Gulin tem potencial e sem dúvidas será um nome bastante conhecido em terras brasileiras e quiçá fora daqui. Ela é mais uma prova que a voz feminina atual é boa e pode surpreender.


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Não entre em pânico!

Posted : 15 years, 3 months ago on 28 July 2009 02:42 (A review of The Hitchhiker's Guide to the Galaxy)

O nome Douglas Adams é comum, à primeira vista - afinal, existem Douglas aos montes por aí. Eis que em 1952, nasceu Douglas Noel Adams, britânico, como muitos brincavam, o próprio D.N.A. (devido às iniciais do nome)! Além da fama que conquistou com as esquetes escritas para a série Monty Python, ele é o autor da famosa série "O Guia do Mochileiro das Galáxias".

Tudo começou com uma série radiofônica transmitida no Reino Unido. Logo, virou uma série contada em cinco livros.
Depois de muitos anos passando despercebido, resolvi conferir o primeiro volume. A história começa com Arthur Dent, um ser humano como outro qualquer, inglês, tentando impedir a demolição de sua casa para a construção de um desvio. Enquanto encontra-se deitado no gramado da própria casa, na frente da máquina que iniciaria a destruição da casa, é abordado pelo amigo Ford Prefect - um alienígena "disfarçado de humano" que está há 15 anos preso na Terra à espera de uma carona de volta à seu planeta. A estranha criatura critica a inutilidade do "protesto" de Arthur, afinal, em poucos minutos, o planeta Terra será destruído. O que esperar de um livro que começa com o possível fim do planeta?

A partir do momento em que Arthur e Ford conseguem uma carona numa nave Vogon, a aventura se intensifica e é difícil largar o livro antes do fim. Os personagens que aparecem nas páginas seguintes para acompanhar os principais são ótimos, e já é possível destacar uma das características mais importantes na escrita de Douglas Adams: seus personagens tem características marcantes, que facilitam a distinção entre um e outro. Ao descrevê-los, o autor mescla tudo aquilo que é comum à realidade dos seus leitores, com os fatores típicos do mundo que criou para a série.

Atrás de piadas inteligentes e citações relacionadas à física, Adams consegue colocar bem as críticas feitas à sociedade, e aí está outra vantagem do autor - são colocadas de forma tão bem humorada, que mesmo ao compará-las com a nossa realidade, damos risadas. Prova disso é um dos personagens, Marvin, um robô depressivo...seus desabafos, por mais tristes, chegam a ser engraçados. Zaphod Beeblebrox, outro personagem que aparece após o fim da Terra, é a personificação daquilo que muita gente pensa sobre os políticos do mundo. No livro, o autor mesmo cita a função do presidente no universo que criou - não é a de exercer poder, e sim, desviar a atenção do poder.O autor também aborda - e ironiza - os eternos questionamentos do ser humano: para quê serve a vida? Qual é o sentido de estar aqui? fato marcado pela busca da “resposta para a pergunta fundamental da vida, do universo, e tudo mais”.

Apesar de ser considerado um livro para nerds, recomendo a leitura àqueles que gostam de críticas bem feitas e boas sacadas. Apesar das citações relacionadas à física, que podem assustar num primeiro momento, O Guia do Mochileiro das Galáxias é uma boa companhia para se divertir com piadas inteligentes e aventuras inusitadas.


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Do Inusitado ao Grotesco

Posted : 15 years, 4 months ago on 8 July 2009 01:06 (A review of Urupês)

Passei boa parte da minha infância lendo os livros infantis de Monteiro Lobato. E como gostava! Para quem gostou de ler desde sempre e não tinha muitas opções de livros na época, as aventuras da turma criada por Lobato eram um prato cheio para minha imaginação.

Eis que depois de muitos anos, o famoso autor brasileiro passou a ser assunto frequente nas aulas de literatura. Não era por menos, ele tinha obras de todos os tipos e para todos os gostos. Não me senti muito atraída pelas histórias de seus livros "adultos", apesar de algumas temáticas interessantes. Por coincidência, "Urupês" estava na lista de leitura obrigatória de um dos vestibulares que faria naquele ano. Antes de iniciar a leitura, tive uma aula sobre o livro que levou minha imaginação longe: contos cheios de tragédias, de todas formas possíveis.

Apesar de toda ansiedade de primeiro momento, cinco páginas foram suficientes para perder boa parte do encanto inicial. Não gosto de abandonar livros sem finalizar a leitura, então fiz um esforço para ir até o fim. Lobato tem uma estética boa, claro. Assim como nos seus livros infantis, ele sabe muito bem como escolher vocabulário e ordem cronológica dos fatos de modo a agradar ao leitor.

Entretanto, toda essa "perfeição estética" torna-se enfadonha na maior parte do tempo. A intenção, com esse livro, era criticar certas figuras típicas que chamavam a atenção do autor na época – depois da período em que morou no Vale do Paraíba como fazendeiro. Críticas pesadas, e sem dó. O primeiro conto do livro, "Os Faroleiros", foi bem escolhido para iniciar a sequência de contos. Tem um tom "noir", cria uma expectativa e apresenta um final trágico e por vezes, assustador. Todos os contos acabam assim, com uma tragédia que chega a provocar embrulho no estômago.

Para garantir a sensação de mal-estar, os acontecimentos mais inusitados foram colocados no papel. Imagine um personagem que morre de tanto rir. Não é no sentido metafórico – ele tem um aneurisma no meio de várias pessoas enquanto não consegue controlar a própria risada. Esta cena é só uma parte do estranho conto “O Engraçado Arrependido”. O grotesco toma forma da maneira mais explícita possível no conto Bocatorta. Se os leitores do livro “Noite na Taverna” sentiram nojo com a cena em que um personagem tem relação sexual com uma pessoa morta, mal sabem o que lhes espera no conto Bocatorta. A cena se repete, num contexto diferente, e com um personagem completamente deformado. A descrição da cena é uma das partes mais estranhas do livro.

Os contos mais tristes são “Colcha de Retalhos” e “Bucólica” – este causa indignação com o triste desfecho. O melhor conto é “Meu Conto de Maupassant”, que segue mesmo a linha do autor francês e tem um bom desenvolvimento – a história flui bem.

”Urupês” ficou conhecido pelo seu último conto, que leva o mesmo nome do livro, devido à personagem Jeca Tatu, o caboclo preguiçoso. Urupês é uma espécie de fungo parasita (“orelha-de-pau”), é assim que Lobato vê o caboclo, como um parasita, incapaz de agir como uma pessoal normal e sempre entregue ao ócio.

No geral, os 14 contos que compõem este livro começam de forma interessante, entretanto, na tentativa de causar impacto com aspectos expressionistas, Lobato acabou exagerando e criando situações que não poderiam acontecer – pela simples necessidade de mostrar uma coisa mórbida. Chega uma hora em que o livro fica repetitivo, por seguir essa seqüência – um acontecimento absurdo com um desfecho ainda pior. As críticas feitas também são exageradas por demais. Impossível não sentir raiva do autor ao ler alguns contos por isso. Monteiro Lobato pode ser um bom autor, mas esta obra, infelizmente, não conseguiu superar as expectativas.


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Slumdog Millionaire review

Posted : 15 years, 8 months ago on 18 March 2009 03:58 (A review of Slumdog Millionaire)

Ao acompanhar o Oscar, fiquei surpresa com as premiações - o número de estatuetas para o filme Quem Quer Ser um Milionário? só aumentava, até abocanhar dois prêmios importantes: melhor diretor (Danny Boyle) e melhor filme. Mesmo com uma cópia em casa, optei por aguardar a estréia nacional e conferir na telona. Depois de uma longa espera, entrei na sala de exibição do filme enquanto era feita a pergunta-base do filme - como um simples favelado, sem estudos, conseguiu ganhar 10 milhões de rúpias na versão indiana do Show do Milhão? Ele trapaceou, teve sorte, é um gênio, ou estava escrito?
Assim começa a história de Jamal Malik, seu irmão Salim e a amiga Latika. Acreditando na possibilidade de trapaça, o jovem Jamal é preso antes de concorrer à pergunta valendo 20 milhões de rúpias. Com o desenrolar do filme, o personagem principal conta como soube a resposta de cada pergunta, relatando todos acontecimentos de sua vida. Desta forma, mostra que todas as respostas conhecidas foram adquiridas ao longo de sua trajetória. Esta foi a boa sacada do autor - é como se as perguntas seguissem uma ordem cronológica da vida do jovem, quase uma "coincidência absurda".
Apesar das comparações feitas com Cidade de Deus, do diretor brasileiro Fernando Meirelles, Quem Quer Ser um Milionário? segue outro aspecto, embora também mostre sem galanteios a realidade de um país (no caso, Índia). Impossível sentir sono ou preguiça durante as duas horas de filme - o sentimento que prevalece é o de ansiedade. Mesmo sabendo que ele acertará todas as perguntas até obter 10 milhões de rúpias, o expectador tem aquela sensação de nervosismo com o medo de uma resposta errada. Outro fator que favorece o andamento do filme é a trilha sonora. Gostando ou não do estilo musical, a música é envolvente e até deixa uma certa vontade de sair dançando do cinema.
Para quem ainda não assistiu, corra para o cinema mais próximo e descubra a resposta para a pergunta dada no início do filme!


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Band of Outsiders review

Posted : 15 years, 10 months ago on 3 January 2009 11:05 (A review of Band of Outsiders)

Curiosa depois de tanto ouvir falar sobre o trabalho de Godard como diretor, resolvi conferir alguns de seus filmes. Depois de Pierrot Le Fou, vi Band of Outsiders e já foi possível ter uma idéia do porquê de tantos elogios. Os dois filmes mostram vertentes relativamente opostas do diretor. Em Band of Outsiders, a história tem continuidade, de modo que é impossível perder a atenção ao assisti-lo. Apesar da idéia de dois moços que planejam roubar uma alta quantia de dinheiro na casa da moça que dá abrigo à colega das aulas de inglês não ser muito atraente, o que dá graça a esta obra cinematográfica são os seus pequenos elementos. O relacionamento superficial dos três personagens principais, os diálogos rápidos e com boas sacadas - assim como a narração feita pelo próprio diretor, que muitas vezes dá um tom poético ao filme. A clássica cena que inspirou o filme Os Sonhadores, onde os três personagens correm pelo Louvre, apesar de rápida, é linda - e entende-se de cara que a idéia do diretor de Os Sonhadores não era simplesmente copiar, e sim homenagear uma das cenas clássicas mais bacanas do cinema europeu. Outra cena interessante foi imortalizada por algum fã da banda Nouvelle Vague, que montou um vídeo com a cena onde Odile, Arthur e Franz dançam no bar, ao som de Dance With Me. Filmado em Paris, o filme ganha pontos a mais por mostrar uma outra visão da cidade luz - não fica preso aos lugares clichês, mas mostra os arredores de Paris, toda a sua beleza que muitas vezes fica esquecida por tantos diretores. Band of Outsiders é, sem dúvida, um dos mais belos dentre os clássicos. Uma obra prima de Godard.


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Ordinários Estrangeiros

Posted : 15 years, 11 months ago on 23 December 2008 05:02 (A review of A Legião Estrangeira)

"Que é, afinal, que eles queriam? Eles não sabiam, e usavam-se como quem se agarra em rochas menores até poder sozinho galgar a maior, a difícil e a impossível; usavam-se para se exercitarem na iniciação; usavam-se impacientes, ensaiando um com o outro o modo de bater asas para que enfim – cada um sozinho e liberto - pudesse dar o grande vôo solitário que também significaria o adeus um do outro. Era isso?”

Após redigir quatro romances, Clarice Lispector selecionou alguns contos a serem publicados em livros. A relação da mulher com a família foi retratada na obra 'Laços de Família', em 1960. Após quatro anos, mostrou o cotidiano por outra perspectiva em 'A Legião Estrangeira'. À primeira vista, o que soava comum ganhou ali nova interpretação, marcada pelo estilo que foge ao óbvio, típico da escritora.

A solidão e melancolia são esmiuçadas dentro das relações humanas nos treze contos. Logo no primeiro conto, a autora aborda a esperteza das crianças. 'Os desastres de Sofia' mostra uma garota ambiciosa com os próprios escritos. Consequência indireta da relação com o professor, impressionado com as redações da aluna. A infância é pano de fundo também para 'Evolução de uma miopia'. Através de uma metáfora, conta as peripécias de um garoto que graças ao seu problema de visão descobre as belezas do mundo.

Os animais também são figuras recorrentes no livro. A escritora procura humanizá-los, utilizando uma linguagem mais poética na abordagem. É o caso de 'Tentação', onde uma menina ruiva encontra um cão da raça basset na rua que partilha a mesma condição – “Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária”.

'Viagem a Petrópolis' contrapõe a presença de crianças nos contos e opta pela nostalgia, contando a história de uma velhinha rejeitada em busca de um lugar para viver. O livro enfatiza amizade e amor, em especial, nos contos 'Uma amizade sincera' e 'A mensagem', que abordam a efemeridade das relações e propiciam uma sensação de ansiedade e angústia. 'O ovo e a galinha', pelo caráter intrigante, parece antecipar uma das obras mais famosas de Lispector, lançada no mesmo ano – 'A paixão segundo G.H'.

O conto responsável pelo título finaliza a publicação, mesclando as duas características mais fortes da compilação – os animais e a infância – ao relatar a relação da narradora com a pequena Ofélia, sua vizinha, e um pintinho que acabou de ganhar.

As personagens cativantes e histórias que prendem a atenção do leitor até o fim são os fatores responsáveis para que essa obra seja indispensável aos que anseiam conhecer a fundo o trabalho de Clarice Lispector.

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The Complete Persepolis review

Posted : 15 years, 11 months ago on 15 December 2008 03:41 (A review of The Complete Persepolis)

Completamente envolvente! Impossível não se apegar a história (e também a 'personagem') de Marjane Satrapi. Apesar de ser uma história em quadrinhos - com traços bonitos e diferentes do comum - os relatos da autora são quase uma obra sem ilustrações. Entre acontecimentos da vida da menina, da infância à fase adulta, há relatos dos momentos conturbados vividos no Irã - e como Marjane, sua família e pessoas próximas lidavam com as mudanças relacionadas à religião. O leitor pode se deliciar à vontade ao acompanhar as 'peripécias' da pequena Marjane, que vai aos poucos entendendo melhor a política e todos os problemas que o seu país vivia naquele momento, mostrando-se sempre determinada a defender aquilo que julga melhor para o lugar onde vive. Tudo isso acompanhado pelos acontecimentos comuns na vida de qualquer jovem, como o relacionamento com os amigos e a convivência na escola. Quando, à pedido dos pais, vai passar uma temporada na Europa - uma forma de manter Marjane longe do período conturbado vivido pelo Irã durante aquele tempo - a jovem percebe o quanto gosta de seu país, e por ter acompanhado uma Revolução de perto, relata os fatos aos amigos, mostrando a eles o terror de acompanhar de perto uma Revolução. O livro tem um conteúdo rico - e a leitura não é nem de longe cansativa, afinal, enquanto o leitor aprende um pouco mais sobre a história do Irã, pode se divertir ao acompanhar o crescimento de Marjane. Leitura agradável e divertida - e com conteúdo.


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Deception review

Posted : 15 years, 11 months ago on 11 December 2008 03:13 (A review of Deception)

[Contém spoilers]
Você entra em uma rede como desconhecido. Uma pessoa te liga, pergunta se você está livre esta noite, você diz que sim, marcam um encontro em um hotel, tomam um drink e terminam a noite fazendo sexo. Ok, seguindo regras: ninguém pode dizer o próprio nome, sem muita conversa. Já é estranho, embora muitos não achem grande coisa - consideram até normal. Agora convenhamos, achar que uma pessoa que chega como quem não quer nada, fazendo o papel de amigo, passa horas conversando e ainda oferece maconha para fumarem em pleno local de trabalho, é de confiança é muita tolice - não chega nem perto da inocência. Este costuma ser o ponto de partida de muitos filmes - o personagem que passará a perna mais tarde e a princípio se faz de boa pessoa - por isso o filme já perde alguns pontos pela falta de originalidade. O personagem 'boa pinta' diz ser advogado, e um dia sai para uma viagem a trabalho e acaba pegando o celular do contador Jonathan McQuarry 'sem querer'. E assim Jonathan é jogado nessa rede de sexo. Acaba caindo de amores por uma das mulheres e acaba se envolvendo em problemas devido a isso. Próximo ao final do filme, quando o tal advogado, Wyatt Bose revela sua verdadeira face e exige que Jonathan roube o dinheiro de uma empresa para ele, em troca da tal moça pela qual se apaixonou (vivida por Michelle Williams). A história dá voltas a partir daí, e o final, previsível. Ewan McGregor é um ótimo ator, mas neste filme fez um papel fraco - não dá pra acreditar que ele aceitou o papel, afinal, qualquer ator ruim poderia ter entrado no lugar. Li algumas críticas e pelo tanto que falaram, fiquei curiosa para ver a atuação de Michelle Williams. A personagem é morta, não tem nem uma mínima reação, e não, não merece nenhum elogio que recebeu. Talvez a sua atitude ao final tenha elevado um pouco a atuação, mas não é o suficiente.
Enfim, um bom filme para quem gosta de um simples filme de ação - previsível, claro.


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O Amor Natural review

Posted : 15 years, 11 months ago on 10 December 2008 01:43 (A review of O Amor Natural)

Quem já teve contato com outras obras do Drummond sabe da sua tendência para a poesia erótica. Neste, o poeta mineiro dedicou-se somente a esta veia poética. Lançado em 1992, a pedido de Drummond, que preferiu manter este livro guardado para um lançamento póstumo - talvez por medo da reação do público. No tempo em que o livro foi escrito, poderia ser visto como um absurdo para uma sociedade tão 'conservadora'. Embora a temática seja algo extremamente comum para os dias atuais, não pode ser comparado com os horrores já publicados abordando o erotismo. Em 'O Amor Natural', o título fala por si - o erotismo não é visto como algo vulgar, e sim delicado. O autor vai da descrição de uma simples relação sexual até a beleza que ele via no envolvimento profundo de dois seres - tudo colocado de uma forma única, própria de Drummond.


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A Vaca e o Hipogrifo review

Posted : 16 years ago on 15 November 2008 07:36 (A review of A Vaca e o Hipogrifo)

A princípio, pensei que não fosse gostar tanto deste livro. Mas bastaram dez páginas para cair de amores pela forma como Quintana coloca as palavras e forma textos, ou mesmo pequenas frases geniais. A leitura é agradável, e é impossível ler e não ter vontade de grifar vários trechos. O que achei mais interessante em cada página são os pequenos detalhes que ele destaca. Coisas do cotidiano, aquelas que muitas vezes passam despercebidas ou não ganham a atenção que deveriam - mostram a sua beleza nas linhas desta obra. A escrita de Mário Quintana é bem simples e de fácil entendimento, proporcionando uma leitura agradável até mesmo para quem tem preguiça de ler. Difícil mesmo é conseguir largar o livro ao começar a ler!


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